Cientistas da Universidade Estadual de Washington, nos EUA, examinaram como os níveis de estresse, ansiedade e depressão das pessoas eram afetados pelo uso de diferentes variedades e quantidades de maconha, em casa.

Essa é uma das primeiras tentativas científicas de avaliar como a cannabis com concentrações variadas dos compostos químicos tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD) afeta os sentimentos de bem-estar dos usuários de maconha medicinal, quando esta é fumada fora de um laboratório.

O trabalho, publicado na revista Journal of Affective Disorders, pode ajudar a estabelecer diretrizes para o uso da maconha.

O método

O diferencial deste estudo é que os pesquisadores analisaram a cannabis inalada por pacientes de maconha medicinal que a estavam usando no conforto de suas próprias casas.

Pesquisas existentes sobre os efeitos da cannabis na depressão, ansiedade e estresse são muito raras e foram quase exclusivamente feitas com comprimidos de THC administrados oralmente em um laboratório”, disse Carrie Cuttler, professora de psicologia da Universidade Estadual de Washington e principal autora do estudo.

Os dados do estudo foram retirados do aplicativo patenteado Strainprint, que fornece aos usuários de cannabis medicinal um meio de rastrear como diferentes doses e tipos de maconha afetam uma ampla variedade de sintomas de bem-estar.

Os indivíduos podem avaliar os sintomas que estão experimentando antes de consumirem cannabis numa escala de 1 a 10, e depois inserir informações sobre o tipo de cannabis que estão utilizando. Vinte minutos depois de fumar, eles são solicitados a relatar quantas tragadas deram e a reafirmar a gravidade de seus sintomas.

Resultados

Entre os resultados vistos, os cientistas descobriram que uma tragada de cannabis rica em CBD e baixa em THC era ideal para reduzir sintomas de depressão. Duas tragadas de qualquer tipo de cannabis eram suficientes para reduzir os sintomas de ansiedade, enquanto 10 ou mais baforadas de cannabis alta em CBD e em THC produziu as maiores reduções no estresse.

“Muito mos consumidores parecem estar sob a falsa suposição de que mais THC é sempre melhor”, disse Cuttler. “Nosso estudostra que o CBD também é um ingrediente muito importante e pode aumentar alguns dos efeitos positivos do THC”.

Os pesquisadores também descobriram que, enquanto ambos os sexos relataram reduções nos três sintomas após o uso de cannabis, as mulheres relataram uma redução significativamente maior na ansiedade após fumar maconha.

A equipe usou uma forma de análise estatística chamada modelagem multinível para analisar cerca de 12.000 dados anônimos do Strainprint sobre depressão, ansiedade e estresse.

Diretrizes

Este é, a meu conhecimento, um dos primeiros estudos científicos a fornecer orientação sobre as cepas e as quantidades de cannabis que as pessoas deveriam procurar para reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão”, disse Cuttler.

A psicóloga afirma que, atualmente, os usuários de maconha medicinal e recreativa contam com conselhos baseados em evidências não científicas, o que é ruim.

O novo estudo pretende mudar essa figura. Ele está entre vários projetos de pesquisa relacionados à cannabis atualmente em andamento na Universidade Estadual de Washington, todos dentro da lei federal e muitos financiados com impostos recolhidos do controle da venda de cannabis no estado americano de Washington, bem como taxas de licenciamento de bebidas alcoólicas.

Fonte: https://www.gooru.com.br/maconha-no-tratamento-de-estresse-ansiedade-e-depressao/

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