O transtorno por déficit de atenção ou TDAH é mais frequente em meninos do que em meninas. Além disso, deve-se dar uma série de condições para que possa considerar este transtorno como tal.
O transtorno por déficit de atenção ou TDAH é um transtorno de caráter neurobiológico originado na infância. Afeta mais de 5% das crianças em todo o mundo. Ainda mais, trata-se de um transtorno mais frequente em meninos do que meninas.
Além disso, foi demonstrado que com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, o transtorno pode ter uma evolução positiva. Conheça mais dados.
Conhecendo o déficit de atenção
Causas
A saber, devido à complexidade desse transtorno não foi possível identificar uma única causa. Ademais, considera-se uma alteração heterogênea com vários subtipos, resultado das combinações dos diversos fatores de risco que agem conjuntamente.
Apesar de não conhecer as causas exatas, foi identificado que os fatores genéticos e ambientais têm uma grande influência em seu desenvolvimento. Tratam-se de fatores tanto pré-natais como perinatais e pós-natais.
Além disso, o TDAH tem uma hereditariedade de 76%. Isso quer dizer que em uma população média, 76% dos fatores vinculados com o transtorno estão relacionados com os genes e o resto a fatores não genéticos.
Por fim, foi demonstrado que os familiares de pessoas com esta alteração neurológica têm um risco cinco vezes maior de sofrê-la do que aquelas sem antecedentes.
Sintomas
Este transtorno tem três sintomas nucleares: déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Estes sintomas se manifestam em maior ou menor grau em função do subtipo.
- No subtipo desatento predomina o déficit de atenção. É o mais frequente entre as mulheres e tem um grande impacto a nível acadêmico.
- No entanto, os meninos que sofrem o subtipo impulsivo podem ser mais hiperativos e agressivos.
- Com relação ao último subtipo, o combinado, costuma ser o mais frequente de todos. Tem um impacto no rendimento global.
Para que os sintomas de déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade se associem ao transtorno por déficit de atenção devem apresentar certas condições:
- Devem aparecer antes dos 7 anos.
- Manter-se no tempo no mínimo por 6 meses.
- Devem afetar a dois ou mais âmbitos da vida da criança.
- Ter um impacto significativo, deteriorando seu rendimento de forma importante.
Como pode ser tratado?
O tratamento do transtorno por déficit de atenção em crianças e adolescentes é realizado de maneira individualizada em função de cada paciente e sua família. Tem por objetivo melhorar os sintomas e reduzir o aparecimento de outros transtornos associados, já que, no momento, não existe uma cura para o TDAH.
Nesse sentido, em crianças e adolescentes com TDAH com repercussão moderada ou grave em sua vida diária, recomenda-se o tratamento combinado. Este inclui tratamento psicológico comportamental, farmacológico e intervenção psicopedagógica.
1. Tratamento psicológico
As intervenções psicológicas que demonstraram evidência científica positiva se baseiam nos princípios da terapia cognitivo-comportamental. O tipo de intervenções que são aplicadas são, por exemplo:
- Terapia de comportamento.
- Treinamento para os pais.
- Terapia cognitiva.
- Treinamento nas habilidades sociais.
2. Tratamento psicopedagógico
A intervenção psicopedagógica constitui um pilar fundamental no tratamento combinado. Esta compreenderá desde as intervenções encaminhadas a melhorar o rendimento acadêmico da criança, até as dirigidas a melhora do ambiente escolar.
3. Tratamento farmacológico
Com o tratamento farmacológico se consegue reduzir os sintomas nucleares do transtorno por déficit de atenção; bem como melhora-se o rendimento escolar e o comportamento da criança.
Ao mesmo tempo, potencializa-se o efeito das intervenções psicológicas e psicopedagógicas. Entre os fármacos mais utilizados encontra-se o metilfenidato, que é um estimulante, diferentemente de outros como a atomoxetina.
A realidade do transtorno por déficit de atenção
Apesar da incidência desse transtorno ser elevada, a realidade é que há um grande desconhecimento sobre ele. Além disso, existem estudos realizados na Espanha com o objetivo de conhecer o grau de conhecimento sobre o TDAH da população.
Por um lado, somente 4% das pessoas que realizaram a pesquisa conheciam este transtorno. E por outro lado, 33% consideravam que o TDAH devia-se a um ambiente familiar ou escolar desorganizado.
Dessa forma, a falta de formação, informação e atenção sobre o transtorno tem consequências diretas sobre os pacientes, seus familiares, amigos e outras pessoas de seu entorno. Ao não estarem informados, sofrem com o estigma, a insensibilidade e a falta de consideração para com o transtorno.
Como conviver com o transtorno de personalidade limítrofe
Bivliografia
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